Não é de hoje que no Brasil
ouvimos falar em nossas aulas de história o quanto os negros sofreram durante a
escravidão e que eles foram os responsáveis pela miscigenação da cor e da
cultura brasileira dos últimos 4 séculos, mas será que não falta nada para
entendermos a complexa estrutura da qual o nosso país vem se desfazendo nesses
anos todos?
Esse dia 20 de novembro (Dia da
Consciência Negra) do qual em algumas partes do país é feriado e em outras uma
data comemorativa não é mera coincidencia ou por um fato comercial ela é,
justamente, o dia da morte de Zumbi dos Palmares, negro africano, que fugiu,
fundou o Quilombo dos Palmares e virou mártir no memorial do Movimento Negro do
Brasil e ainda desde 1997 integra o Panteão da Pátria e da Liberdade em
Brasília e disso, quase ninguém sabe e não é por que as pessoas são
desinformadas, e sim justamente por um tal de racismo que assola e assombra a
nossa história desde os tempos de Cabral.
Nosso país é negro, de fato, o
Brasil tem a maior população considerada negra fora da África, o que – não quer
dizer que – isso seja um motivo para o respeito, convívio e igualdade no
tratamento entre as pessoas de cores diferentes. Os negros só estão no topo das
estastísticas quando o assunto é: criminalidade, desemprego e miséria, embora
nos ultimos 10 anos, o Brasil tenha dado um salto rumo a melhoria dos índices
ligados aos negros, ainda há muito o que se fazer.
A lenda de que o Brasil é uma
“Democracia Racial” como muitos intelectuais, políticos e populares teimam em
dizer é uma utopia ou simplesmente um imaginário do qual as pessoas preferem
ter ao invés de assumir o racismo, o preconceito e a vontade grande de
minimizar os feitos desse povo negro ou ainda de tentar abolir e desvincular a
imagem de que nós somos uma mistura de povos, mas, ainda que de forma distante
e não misturada durante a colonização têm em sua origem não só o pé, mas o corpo
todo na África¹ em algum momento no tempo ou há pelo menos 2 milhões de anos
atrás.
As discussões sobre as Ações
Afirmativas compõem e de forma muito esclarecedora o imaginário social do
preconceito e de como é mais fácil para uma população negar as origens ao
encarar o fato de exclusão e descaso com que a população negra de pele e de
mente enfrentou e ainda enfrenta no Brasil atual, é um fato que, o acesso à
educação em especial, do ensino superior no país, é muito mais difícil para negros, por se
configurarem em sua maioria moradores de periferia onde o Estado não chega e
garante a esses condições de se prepararem como os estudantes das áreas mais
ricas e desenvolvidas da nação, além da questão de que há uma dívida social
para com esse povo.
Não é que os negros mereçam mais
que a população branca, mas é que devemos tirar de nossos imaginários a ideia
de que o negro era escravo, é doméstico e vai ser sempre alguém subordinado ao
branco rico ou mesmo pobre, até porque, muita gente aí quer diferenciar status
social por cor de pele, mas isso é uma discussão para outra hora.
[...]não só o pé, mas o corpo todo na África¹:
Fazendo referência à expressão popular “tenho um pézinho na África” o que quer
dizer que gosta de negros.
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