domingo, 1 de dezembro de 2013

A Consciência do Imaginário

Não é de hoje que no Brasil ouvimos falar em nossas aulas de história o quanto os negros sofreram durante a escravidão e que eles foram os responsáveis pela miscigenação da cor e da cultura brasileira dos últimos 4 séculos, mas será que não falta nada para entendermos a complexa estrutura da qual o nosso país vem se desfazendo nesses anos todos?
Esse dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) do qual em algumas partes do país é feriado e em outras uma data comemorativa não é mera coincidencia ou por um fato comercial ela é, justamente, o dia da morte de Zumbi dos Palmares, negro africano, que fugiu, fundou o Quilombo dos Palmares e virou mártir no memorial do Movimento Negro do Brasil e ainda desde 1997 integra o Panteão da Pátria e da Liberdade em Brasília e disso, quase ninguém sabe e não é por que as pessoas são desinformadas, e sim justamente por um tal de racismo que assola e assombra a nossa história desde os tempos de Cabral.
Nosso país é negro, de fato, o Brasil tem a maior população considerada negra fora da África, o que – não quer dizer que – isso seja um motivo para o respeito, convívio e igualdade no tratamento entre as pessoas de cores diferentes. Os negros só estão no topo das estastísticas quando o assunto é: criminalidade, desemprego e miséria, embora nos ultimos 10 anos, o Brasil tenha dado um salto rumo a melhoria dos índices ligados aos negros, ainda há muito o que se fazer.
A lenda de que o Brasil é uma “Democracia Racial” como muitos intelectuais, políticos e populares teimam em dizer é uma utopia ou simplesmente um imaginário do qual as pessoas preferem ter ao invés de assumir o racismo, o preconceito e a vontade grande de minimizar os feitos desse povo negro ou ainda de tentar abolir e desvincular a imagem de que nós somos uma mistura de povos, mas, ainda que de forma distante e não misturada durante a colonização têm em sua origem não só o pé, mas o corpo todo na África¹ em algum momento no tempo ou há pelo menos 2 milhões de anos atrás.
As discussões sobre as Ações Afirmativas compõem e de forma muito esclarecedora o imaginário social do preconceito e de como é mais fácil para uma população negar as origens ao encarar o fato de exclusão e descaso com que a população negra de pele e de mente enfrentou e ainda enfrenta no Brasil atual, é um fato que, o acesso à educação em especial, do ensino superior no país, é muito mais difícil para negros, por se configurarem em sua maioria moradores de periferia onde o Estado não chega e garante a esses condições de se prepararem como os estudantes das áreas mais ricas e desenvolvidas da nação, além da questão de que há uma dívida social para com esse povo.


Não é que os negros mereçam mais que a população branca, mas é que devemos tirar de nossos imaginários a ideia de que o negro era escravo, é doméstico e vai ser sempre alguém subordinado ao branco rico ou mesmo pobre, até porque, muita gente aí quer diferenciar status social por cor de pele, mas isso é uma discussão para outra hora.


[...]não só o pé, mas o corpo todo na África¹: Fazendo referência à expressão popular “tenho um pézinho na África” o que quer dizer que gosta de negros.

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